Carta Pastoral - Solenidade de Nossa Senhora Aparecida

CÚRIA METROPOLITANA DE SÃO SALVADOR DA BAHIA

Carta Pastoral em decorrência da Solenidade de Nossa Senhora Aparecida,
endereçada aos Excelentíssimos Bispos Auxiliares,
aos Reverendíssimos Padres e Diáconos,
a todas às Famílias Católicas e todo o povo de Deus presente na circunscrição de São Salvador.

No ano de 1717, os três pescadores: Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedrosa, moradores nas margens do rio Paraíba do Município de Guaratinguetá, desanimados por não terem apanhado peixe algum, depois de várias horas de trabalho, já estavam rumando de volta para casa, quando lançando mais uma vez a rede, retiraram das águas o corpo de uma imagem sem cabeça e, num segundo arremesso, encontraram também a cabeça da imagem de terra cozida. Impressionados pelo evento, experimentaram mais uma lance da rede, e naquele momento foi tão abundante a pescaria que encheram as três canoas.  Limparam a imagem com muito cuidado e verificaram que se tratava duma imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura. Colocaram a na capela  de sua pobre vila e diante dela começaram a fazer suas orações diárias. Não tardou a Virgem a mostrar por novos sinais que tinha escolhido esta imagem para distribuir favores especiais aos seus devotos. A devoção e a afluência do povo cresciam todos os dias e por isso impunha-se a construção duma capela em lugar apropriado a fim de facilitar a devoção dos fiéis. Estava aí o morro dos coqueiros, o mais vistoso de todos os altos que margeiam o Rio Paraíba. Em cima deste morro foi construída a primeira capela em 1745 e foi celebrada a primeira missa. A imagem de Nossa Senhora da Conceição, já então chamada pelo carinhoso nome de Aparecida, estava em seu lugar definitivo, dando origem à cidade do mesmo nome.

Caríssimos/as, é com grande alegria que com o passar de 303 anos do encontro da imagem miraculosa da Virgem Santíssima, popularmente conhecida sob título de Nossa Senhora Aparecida, esta seja tão amada e venerada por todo o imenso Brasil. Com isso, o povo soteropolitano também não seria diferente, pois a Virgem veio com as características do nosso povo e, mesmo assim, veio gloriosa, pois mostra a grandiosidade do povo de Deus que luta para um dia ver Cristo de perto. Irmãos e irmãs, rejubilemos em Deus nosso Salvador por ter-nos dado esta belíssima amostra de Seu carinho conosco. A imagem de Aparecida reflete à cultura, à figura do povo de fibra, de imensa religiosidade, pois Ela em si vem trazer-nos novamente à esperança da salvação, do acalento de Deus. Portanto, estimado povo soteropolitano, rendamos graças a Deus por esta aparição e, sobretudo, veneremos tão grande dádiva concedida a nós brasileiros, pois recebemos um sinal do Céu por uma maneira simples, didáticas e, ao mesmo tempo: grandiosamente salvadora. 

Sem mais, rogo a Deus Pai todo-poderoso, que com Teu Filho Jesus na unidade do Espírito Santo, e pela poderosa intercessão da Virgem padroeira, a grandiosa Senhora Aparecida, que nos conceda o perdão, a salvação e o amor do Seu infinito Coração amoroso. 

DADO e PASSADO em nossa Cúria Metropolitana da Arquidiocese Primaz do Brasil, aos dias 12 de outubro do ano da graça de 2020, na Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, sob o pontificado de Sua Santidade, o Papa João Paulo VII. 

Cordialmente, 
+ Jorge Snaif Médici Melchior Cardeal Mancini
Arcebispo Metropolitano de São Salvador










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