Bula de Nomeação do arcebispo coadjutor de São Salvador da Bahia
Caríssimo filho Iago Alves, nomeado arcebispo coadjutor da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, saúde, paz e bênção apostólica.
Quando, na ordenação episcopal, recebemos a plenitude do sacerdócio, nos arrogamos também a plenitude do serviço, que passa a ser o espelho do serviço do Senhor: o pastor. Ele "conduz o rebanho com cuidado, com o braço ajunta os cordeiros e os carrega no colo"[1]. Sendo nós o reflexo do próprio Deus em meio a Igreja Militante, necessariamente nos obrigamos a ser como Davi, que corre atrás do leão que raptou a ovelha e o golpeia até que morra[2], pondo-se em risco mortal por uma única ovelha.
Também nós, enquanto espelho do Cristo, somos impelidos a dar a vida por cada ovelha, congregá-las e conduzi-las. Por isso, é bem claro o profeta quando manda os pastores ouvirem a palavra do Senhor[3], porque desviar-se desse mandato de cuidar e proteger é um motivo de afronta àquele que primeiro nos arrebanhou: "Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto!"[4].
Em verdade, existem pastores que, não obstante não darem suas vidas por elas, não congregá-las, não conduzi-las, não cuidá-las e não protegê-las, se outorgam o direito de se aproximar para as expulsar do convívio[5], estes "são pastores que só cuidam de si mesmos. São nuvens sem água, impelidas pelo vento; árvores de outono, sem frutos, duas vezes mortas"[6], são traidores do sinal resplandecente de Cristo que brilha ainda mais forte sobre aqueles que receberam os três graus do sacramento da ordem.
Por outro lado, ainda existem pastores como Moisés, que vendo os cordeiros expulsos, vai em auxílio deles, os reúne num bom prado e os dá água para saciarem a sede[7], e é esse espírito que vejo em vós, querido Iago Alves: um bom pastor, tal qual o Senhor, tal qual Moisés, e, tendo ciência da necessidade pastoral da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, é que me aprouve, com carinho olhando-te e a ela, após muito meditar sobre isto, nomear-te como arcebispo coadjutor desta mesma circunscrição, passando a ti todo dever que imana deste ofício, colaborando com o metropolita, o venerável irmão Dom Darllan Messias Médici.
Que Deus sempre os conserve e os recorde de que deveis pastorear "o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que foram confiados a vocês, mas como exemplos para o rebanho. Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória"[8]. Que a Virgem Santíssima os cubra com seu manto e os ilumine com sua luz puríssima.
Roma, 4 de Março de 2021, primeiro de nosso pontificado.
Iacobus Pp.
Pontifex Maximus
Eu o subscrevo,
Tomás Skol Sharpen Abels von Klapperschlange Araújo
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[1] Is 40, 10
[2] cfr. 1Sm 17, 35
[3] cfr. Ez 34, 7
[4] Jr 23, 1
[5] cfr. Ex 2, 17
[6] Jd 1, 12
[7] Ibidem, 5
[8] 1Pe 5, 2-4