Reflexão - Setembro, Mês da Bíblia - Chancelaria Arquidiocesana


 Estamos vivenciando o Mês da Bíblia, ou melhor: o mês da Palavra de Deus! Com júbilo vivenciamos este mês com a certeza de que Deus não nos abandonou, e que, por amor, nos deixou Seus ensinamentos conosco. Diz-nos São João: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam''. Essa passagem é belíssima, meus irmãos, pois é rica em significados. Sempre procuramos fazer uma reflexão à luz do Evangelho de Cristo sobre fatos e não sobre pessoas, e é importante para a missão da Igreja que as presentes linhas consistam numa perspectiva de procura de ajuda de construção de uma sociedade cada vez mais solidária e justa. Isto é a missão da Igreja e a missão de cada um de nós batizados.


Para muitos, qualquer tipo de comentário sobre situações objetivamente colocadas não consistem em missão da Igreja, a qual, para os defensores desta forma de pensar, deveriam ficar reclusas à sacristia das Igrejas e aos momentos devocionais e desligados da realidade social na qual a Igreja se encontra. Contudo, para estes que querem, de alguma forma, calarem a voz profética da Igreja temos de lembrar o trecho que inaugura o presente texto. A partir de sua encarnação no seio da Virgem, Nosso Senhor Jesus Cristo se tornou um conosco, em tudo igual, menos no pecado, assim como diz a carta paulina. Mas com a encarnação o Senhor armou sua tenda entre nós e passou a conhecer cada nuance da existência humana.

Durante vários trechos do Evangelho, podemos notar que o Senhor Jesus teve momentos tensos e chegando ao clímax da conversa entre Jesus e Pilatos; pois depois de mandar açoitar Jesus, Pilatos o apresenta simplesmente como “o Humano". Há certo desprezo na palavra de Pilatos, e tal atitude parece ser uma manobra do evangelista com duplo propósito: Pilatos constata a humanidade de Jesus e a comunidade de fé a professa como realização da salvação. Colocada no discurso dos adversários (ironia joanina), a afirmação de que Jesus se fez filho de Deus, é a proclamação de fé no “homem Jesus” como enviado e revelador do Pai. Jesus como o Verbo divino vem e nos liberta de toda forma de escravidão. 

Destarte, irmãos, precisamos ter a coragem e sensibilidade de manter os corações abertos para acolher o Evangelho de Cristo. Precisamos deixar que nossos olhos permaneçam fixos em Jesus, nosso Senhor, abraçando assim as coisas que não passam. O tempo que nós temos para sermos melhores, corretos, justos, é o presente, o hoje. O ontem já se foi e somos incapazes de voltar no tempo, seja para corrigir algum erro ou para reviver alguma situação de alegria. O amanhã pertence a Deus e não temos nenhuma garantia de que o teremos. Recordo as palavras de São Paulo: “Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação. Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação”.

Jesus é a verdadeira luz. Deus falou por meio de seu Filho. Ele é a revelação. Habitou no meio de nós. Ele vem instaurar a paz. Manifestou a benignidade de Deus. Esta graça se estende por toda a vida de Jesus.

Devemos, portanto, ser uma Igreja em saída para levar ao mundo o Evangelho de Cristo, sermos no mundo o sal e a luz que Ele nos pede.


PAX ET BONUM.


Att, 

Monsenhor Giuseppe Siri Messias 

Chanceler da Arquidiocese

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