Homilia de D. Apolônio Materazzi - Nossa Senhora do Perpétuo Socorro


Homilia realizada pelo Bispo Auxiliar de São Salvador na Bahia em ocasião da festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Comunidade Canção Nova.

Salvador, 27 de Junho de 2020.

Paz e bem á todos os cardeais e bispos, sacerdotes e diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas, desejo-vos uma santa e abençoada noite, Salve Nossa Senhora do Perpetuo Socorro!
Saúdo também, de maneira especial, todos os membros da nossa Comunidade Canção Nova.
Como bem sabeis, hoje estamos recordando e celebrando a memória desta apariação de Nossa Senhora, este título cheio de simbolismos e signficados em seu ícone, que nos remetem à doçura e a maternidade de nossa Mãe Santíssima.  Ela é retratada segurando, em seus braços, o Menino Jesus em proporções e tamanhos de um recém-nascido, representando a sabedoria e intelectualidade e Cristo antes da idade em que o Evangelho nos apresenta.  Vemos também, de um modo mais nítido, as cores das vestes que Nossa Senhora está usando: uma túnica vermelha, cor onde as virgens eram representadas na época dela, sinal de castidade e fé; um manto azul: que representa a sua maternidade, ela sendo a Beatíssima mãe de Deus; vejamos que estas vestimentas muito combinam com a personalidade de Maria, ela sendo a Virgem e a Mãe Santíssima do Senhor. Também podemos percber, que o seu olhar sempre se volta para nós, seus filhos, a fim de que ela possa nos acolher e atender as nossas preces.

O evangelho de hoje, que se encontra no livro de São Mateus nos apresenta, em uma visão geral, a importância de termos humildade e termos fé em Jesus Cristo. Vejamos este oficial romano, que mesmo com o seu alto cargo no exército e considerando toda a divisão que nós criamos por conta de nosso imenso orgulho e soberba humana, tomou o primeiro passo de se aproximar e seguir o Nosso Senhor, ele veio o procurar de um jeito sincero e filial, se colocando a disposição de ouvi-lo e servi-lo. Mas não o quis procurar por problemas próprios, mas pela situação em que se empregado se encontrava, onde o oficial se colocou no lugar dele, entendeu a sua dor, e enfim foi buscar Jesus para que o curasse. Quem dera se todos os patrões tivessem essa amorosa e linda postura deste oficial, que não se importasse apenas com o trabalho que ele oferece, mas se colocar em seu lugar e se importar com a vida daquele empregado. A sociedade está escassa de pessoas que se importam com a dor do outro e que querem procurar ajudar da maneira que podem; ser verdadeiros cristãos em essência e nas atitudes; onde nos mostramos verdadeiros irmãos e colocamos a fraternidade em prática. 

Muitas das vezes, cometemos sim, esse ato de simplesmente ignorar o próximo; vamos nos recordar daquele favor que você poderia ter feito com o seu irmão quando tinhas condições para tal, daquela vez em que você não ajudou uma pessoa necessitada mesmo tendo condições, daquela vez que você ridicularizou a dor do outro mas não querendo confortar e tentar ajudar de algum jeito e daquelas vezes que você tinha condições de ajudar, mas não ajudou. Vemos muitos cristãos diariamente cometendo essas atitudes, é o que acontece quando nós não abrimos o nosso coração para amar e para acolher, onde estamos com um coração fechado, onde pensamos apenas no "Eu" e nas "Minhas" necessidades. Tendo em vista esses atos, busquemos a reconciliação com o Senhor, que prontamente atende o nosso pedido de desculpas e de misericórdia, não obstante, vamos abrir mais os nossos corações, não nos tornemos pessoas amargas e egoístas, mas seguindo o exemplo de Francisco de Assis e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, acolhamos sempre os nossos irmãos, como sinal da virtude fraterna que Cristo nos deixou.

Na Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo e no amor de Maria,
Dom Frei Apolônio de O. e L. Materazzi, OFM.

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